
Em sonhos…
Caminhavamos tranquilos em dia ensoralado, mas não era tão quente, apenas o suficiente para iluminar o cabelo vermelho e os olhos verdes daquela mulher. Ela carregava uns cadernos e livros, coisas poucas. Ela me pediu um cigarro, estava tentando parar mas era algo, visivelmente, difícil pra ela. Não pude negar esse favor, por mais que eu queira ajudar nesse novo objetivo de sua vida, vê-la fumar é um momento mágico, puro e corrompido, prazeroso, ansioso, enfim, um momento único que adoro.
A conversa era alegre, variando entre topicos sérios, filosófico e cômicos. Risadas sinceras podiam ser ouvidas, e o som do riso dela me marcava demais, uma risada que parecia guardada a tempos, esperando pra sair timidamente. As vezes eu pegava ela me olhando como se admirando algo sobrenatural num misto de medo, orgulho, desejo e paixão. Nessas horas me sentia envergonhado pois também nutria por ela esse mesmo espanto. Pegava na mão dela como se encosta em algo sem querer, como um quadro na parede que se deseja tocar pelo simples desejo de se fazer parte de algo tão belo. As vezes ela encosta a cabeça no meu ombro quando a abraço, e isso é como abraçar uma força da natureza, que se acalmou apenas porque estava com medo, e se deixou abraçar porque precisava de compreensão. E assim se seguiu a caminhada pelas ruas movimentadas com pessoas que não podiam prestar atenção naquilo que eu podia, ou se prestavam, só queriam ver a casca, enquanto eu podia quase tocar lá dentro do seu coração.
Chegamos até uma praça, onde ela timidamente começa a admirar, sem ser desesperada, cada detalhe. Pessoas, rachaduras, texturas da grama e das arvores. Pássaros, monumentos, balanços. Nada espcava de seu olhar admirado, como se visse tudo aquilo pela primeira vez, mesmo sabendo exatamente onde estava. E é assim que as coisas ficam mágicas, quando as olhamos de novo pela primeira vez. Eu, por minha vez, so podia descobrir e redescobrir meus sentimentos mais profundos, enquanto a observava, como numa dança da descoberta e do novo. E minha surpresa quando vejo que ela para, e calmamente se vira com os olhos semi fechados, com a mão pedindo a minha. Meu coração parece entrar num companso aleatório e só posso me fazer caminhar até ela e colocar a cabeça aninhada em meus braços. Ela olha pra cima, ainda sem abrir os olhos, move os labios, o ar quase não sai de sua boca, timido e tremulo eles demostram os seus verdadeiros sentimentos. Me abaixo, segurando seu rosto como se fosse feito de porcelana, com medo de quebrar, me aproximo mais, de olhos fechados e num estalo o mundo parece perder a velocidade, o som parece ficar abafado. A mente tranquila e o corpo flutuando. E quando acaba, tenho certeza que é isso que quero para o resto da minha vida.
Ela foge, como uma criança que fez coisa errada, e procura um lugar pra sentar, pede para eu sentar ao lado dela e calmamente ela relaxa no meu colo. A conversa continua, tão agradavel quanto antes, e ela, linda, deitada ali, calma, problematica e simples, humana e divina…
Eu acordo, sei que era um sonho, que me faz pensar como seria bom ter alguém que fosse assim… alguém que fosse mais do que um amor… mais do que uma amiga. Esse sonho me fez procurar muito, e me fez ser seletivo. E me fez sofrer muito também, pensei que não existiria alguém desse jeito, ou se existisse nunca ia me querer…
Mas eu estava enganado, por sorte minha…
Te amo, por muito tempo, se não pra sempre.
Postado como é, sem correção, sem revisão, sonhos são assim… eles acontecem apenas

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